ATA DA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 17-01-2008.

 


Aos dezessete dias do mês de janeiro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Margarete Moraes, Mario Fraga e Sebastião Melo, Titulares. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram a Vereadora Neuza Canabarro, Titular, e os Vereadores Guilherme Barbosa e Luiz Braz, Não-Titulares. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 14568, 15490, 26954, 34235, 34529 e 35749/07 e 36855, 43750, 49376, 51774, 53449, 57342, 57343 e 59612/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Reunião, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Reunião de Instalação e da Primeira Reunião Ordinária. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell, referindo-se a problemas constatados por Sua Excelência em cooperativas contratadas por órgãos públicos para a realização de serviços, defendeu que esse tipo de entidade não mais seja admitido em concorrências públicas realizadas pelo Município de Porto Alegre. Nesse sentido, enalteceu o trabalho da Delegacia Regional do Trabalho na investigação de cooperativas em funcionamento no Estado. O Vereador Aldacir Oliboni corroborou o pronunciamento do Vereador Adeli Sell, em relação a irregularidades existentes em cooperativas que exercem atividades em Porto Alegre. Além disso, formulou críticas aos serviços de assistência social da Prefeitura Municipal, em especial no tocante a moradores de rua, propugnando pela instituição de políticas públicas eficazes no sentido de proporcionar a essas pessoas abrigo, alimentação e assistência médica adequados. O Vereador Carlos Todeschini discorreu acerca do quadro observado nas últimas décadas no setor de produção de energia elétrica no Brasil, asseverando que preços antigamente praticados causaram prejuízos econômicos a empresas dessa área e sustentando que a recente alta nas tarifas cobradas tem por objetivo a adequação aos padrões internacionais. Também, questionou o Governo Municipal acerca de denúncia de que teriam sido distribuídos à população anticoncepcionais com validade expirada. O Vereador João Antonio Dib procedeu à leitura de trechos de nota publicada pela Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre, na qual é defendida a instituição da Lei Orgânica da Advocacia Municipal. Em relação ao assunto, protestou contra a postura manifesta nesse texto, considerando que os Procuradores do Município não têm desempenhado seu papel de forma adequada e afirmando que esses servidores receberam benefícios que ferem dispositivos da Lei Orgânica do Município. A Vereadora Margarete Moraes, referindo à libertação pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – FARC – das reféns Clara Rojas e Consuelo González no dia onze de janeiro do corrente, discursou sobre o processo histórico de conflito entre esse movimento guerrilheiro e o Governo Colombiano. Também, indagou a Prefeitura Municipal sobre fotografia de veículo estacionado dentro do Auditório Araújo Vianna, criticando o encaminhamento dado pelo Governo a esse local. O Vereador Mario Fraga corroborou os elogios do Vereador Adeli Sell, em Comunicações, ao Senhor Heron de Oliveira, Delegado Regional do Trabalho, e parabenizou o Vereador João Antonio Dib pela sua indicação ao cargo de Ouvidor deste Legislativo. Também, pronunciou-se acerca de logradouros de Porto Alegre que devem ser pavimentados com recursos do Orçamento da União. Finalizando, elogiou o desempenho do Secretário Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, Senhor João Bosco Vaz. A Vereadora Neuza Canabarro discorreu a respeito da situação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS –, lembrando disposições contidas na Constituição Federal, que determinam a destinação de recursos públicos para investimentos na área da educação. Nesse sentido, citou a necessidade de reavaliação das condições de ensino disponibilizadas na UERGS, afirmando que os gastos por aluno, ali observados, estão muito acima da média de outras universidades. O Vereador Guilherme Barbosa teceu considerações sobre os motivos que levaram à criação da UERGS, justificando que essa Universidade deveria atender regiões que não estivessem cobertas por outras instituições de ensino superior e oferecer cursos ainda não existentes. Também, referiu-se aos atos de vandalismo praticados no Viaduto Jorge Alberto Mendes Ribeiro, da III Perimetral, bem como em outros locais públicos ao longo dessa Avenida. O Vereador Luiz Braz analisou o trabalho desenvolvido pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, mencionando a importância de que esse órgão continue sendo eminentemente técnico e não influenciado por decisões políticas. Ainda, enfatizando declarações do Vereador Adeli Sell, debateu a questão das cooperativas no Brasil, registrando, particularmente, problemas de gerenciamento das empresas com essa finalidade, que prestaram e prestam trabalhos nesta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell criticou as políticas praticadas pelo Governo de Porto Alegre, relatando como exemplo a má conservação da III Perimetral, denúncias de irregularidades nas últimas eleições para o Conselho Tutelar e a questão dos meninos e meninas de rua. Nesse contexto, protestou contra a sujeira e a violência observadas nos logradouros públicos e solicitou retorno do Executivo Municipal aos Pedidos de Informações enviados pelos Senhores Vereadores. O Vereador Haroldo de Souza, reportando-se a notícias negativas publicadas na imprensa, sobre as atividades políticas, discutiu a necessidade de que matérias jornalísticas de irregularidades com o uso do dinheiro público sejam mais objetivas e divulguem os nomes dos envolvidos nessas irregularidades. Também, questionou os gastos com cartões de crédito corporativos disponibilizados a membros do Executivo Federal e divergiu dos acordos políticos realizados pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para governar o Brasil. O Vereador Mario Fraga replicou críticas ao Governo Municipal, feitas na presente Reunião, alegando que os problemas verificados em Porto Alegre não são recentes e que as soluções vão além da vontade política de resolvê-los. Sobre o tema, mencionou as providências que estão sendo tomadas para melhorar a Cidade, como a balneabilidade das praias da Zona Sul, as condições de recapeamento asfáltico e de limpeza das vias públicas e os preparativos para o Carnaval de dois mil e oito. O Vereador João Antonio Dib discursou sobre a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, que deverá ser realizada no corrente ano por este Legislativo. Nesse aspecto, historiou o planejamento e a construção das três Perimetrais que cortam a Cidade e sustentou que a III Perimetral deve ser repensada, em função de inadequações que apresenta ao trânsito. Finalizando, propugnou por mais fiscalização em relação às depredações do patrimônio público de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, informando residir na Rua Aparício Borges, nas proximidades da III Perimetral, relatou engarrafamentos que ocorrem nessa área e sugeriu um novo traçado na disposição dos corredores de ônibus ali existentes, para que seja melhorado o fluxo de veículos na região. Ainda, defendeu a implantação de programas voltados à conscientização dos jovens quanto a valores familiares e sociais, como fórmula de prevenir a depredação de equipamentos públicos. Às onze horas, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Carlos Todeschini e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Aldacir Oliboni. Do que eu, Aldacir Oliboni, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Sr. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; colegas Vereadoras; Verª Margarete Moraes, minha Líder; Srs. Vereadores; cidadãs e cidadãos; Ver. Melo, acabo de falar, ao telefone, com uma emissora de televisão sobre um assunto que tratei nesta semana e que quero tratar aqui, o problema das falsas cooperativas, as “coopertrampos”, essas cooperativas que são fundadas com o nome de cooperativas de trabalho para burlar a legislação. Recentemente, eu fiz a denúncia de um trabalho semi-escravo no Centro Administrativo Fernando Ferrari, do Estado. A DRT foi lá e fechou, inclusive, parte do Gabinete novo da Governadora. Os cooperados estavam trabalhando sem EPI - Equipamentos de Proteção Individual -; estavam, meu caro Ver. Dib, manipulando produtos tóxicos de limpeza sem qualquer proteção. Isso não acontece aqui do outro lado da rua; isso acontece em todas as cooperativas de trabalho que eu conheço.

E agora estou me deparando com um problema que tratei ontem com o Secretário Cecchim, a Cooperativa que presta serviço dentro do Mercado Público, os cooperados que recebem com atraso, que não têm equipamento, não têm as condições, não sabem que estão trabalhando em uma cooperativa, não lhes foi explicado que não têm, portanto, o Fundo de Garantia, porque não é uma empresa. Não falam com a imprensa por medo, porque tem pressão sobre eles. Desde ontem, há uma pressão sobre eles para que não falem nunca com a imprensa e para que jamais falem com o Ver. Adeli Sell, que denunciou a Cooperativa do Centro Administrativo.

Aqui, nós tivemos o caso da Coometro, que deixou os cooperados, no dia 21 de dezembro de 2005, sem receber, passaram o Natal à míngua, sem nada; passaram o Ano-Novo sem nada. Lembram desse episódio? Pois eu apresentei um Projeto de Resolução e mandei para os seus e-mails um Pedido, porque, no ano passado, Ver. Sebastião Melo, a Verª Maria Celeste foi chamada ao Ministério Público, e nós temos um prazo para esta Casa para assinar ou não um TAC - Termo de Ajustamento de Conduta - com o Ministério Público, para que nenhuma cooperativa possa fazer serviços terceirizados na Câmara Municipal de Porto Alegre. Nós temos de levar isso às últimas conseqüências! A mesma Meta Cooperativa, que foi interditada, que saiu do Centro Administrativo, porque agora é uma empresa devidamente registrada que assumiu o contrato, que é a segunda na licitação no Centro Administrativo, essa tal de Meta tem vários e vários contratos com a Prefeitura de Porto Alegre! Eu já fiz um pedido: quero saber como está a situação da Meta em relação à Prefeitura; inclusive, eu quero saber se eles estão apresentando, como têm de apresentar, a CND - Certidão Negativa de Débito. Porque essa Cooperativa, pelas informações que nós temos, pela reunião que nós tentamos fazer aqui, também foi impedida, porque houve pressão para que os cooperados não viessem numa reunião que nós fizemos aqui, no sentido de tirarmos uma comissão.

Então, Ver. Aldacir Oliboni, nós já tivemos, durante a gestão do PT, um problema com uma cooperativa lá da Vila Elizabeth, que estava dentro do Pronto Socorro. Felizmente, pela nossa ação rápida, breve, nós conseguimos tirar essa cooperativa do páreo, e a empresa que tinha ficado em segundo lugar pôde assumir o contrato, como também uma empresa pôde assumiu o contrato, agora, no Centro Administrativo. Nós não podemos tolerar essa situação. Eu levei isso ao Secretário Cecchim, com quem pretendo conversar ainda hoje; levei esta questão à DRT. Não tem história, há pesquisas feitas, aqui no Estado, no ano de 2006, que dão conta de que mais de 70% das cooperativas de trabalho são verdadeiras falcatruas, não são cooperativas de trabalho! Eu faço parte, inclusive, da Frente de Defesa do Cooperativismo. Eu me criei no cooperativismo, trabalhei um ano, na minha terra, numa cooperativa! Agora, cooperativa para burlar direito do trabalho, não tem vez! Eu queria, inclusive, Ver. Mario Fraga, para encerrar, parabenizar o novo Delegado da DRT, Heron de Oliveira, que fez um trabalho importantíssimo, sem medo, e fazendo aquilo que tem de ser feito: botou o dedo na ferida, fez o que a DRT tem de fazer! Parabéns, portanto, ao ex-Deputado Heron de Oliveira, que fez o que devia ser feito, a coisa certa! Eu espero que esta Casa faça a coisa certa, impeça que cooperativas entrem nas licitações aqui na Câmara, na Prefeitura de Porto Alegre! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; público que acompanha a nossa Sessão de hoje, eu queria me solidarizar com a nobre manifestação do Ver. Adeli Sell, inclusive faço questão de dizer que, há poucos dias, nós constatamos isso, pessoalmente, numa visita, com o nosso Presidente nesta Casa. Ao conversar com alguns funcionários da empresa que terceiriza alguns serviços - é uma cooperativa -, nós perguntamos a eles se eles estavam recebendo em dia os seus salários. Eles disseram que sim. Aí perguntamos que dia eles recebiam os seus salários. Eles disseram que no dia 15, dia 20. Não é assim; é até o quinto dia útil do mês. Portanto, o primeiro erro. Perguntamos a eles se eles recebiam vale-transporte. Eles disseram que sim. Quando? Às vezes, no dia 10, dia 15. Não é assim, é até o dia 30 de cada mês. Então, de uma forma geral, as cooperativas precisam levar, sim, não só um “chacoalhão”, mas é necessário dizer a elas que, no serviço público, cumprem-se as determinações constitucionais - como é feito - para a fiscalização da DRT. Portanto, me solidarizo com a manifestação do nobre Ver. Adeli Sell.

Eu quero levantar uma das questões que está mexendo com a Cidade, que está indignada. Qual é rua, no centro da Cidade, em que V. Exª pode não ver um cidadão deitado no chão ou uma pessoa, de uma certa forma, pedindo ajuda? Ou qual é a rua que atravessa a Cidade, como a Assis Brasil, Farrapos ou Ipiranga, onde V. Exª não vê - principalmente na Ipiranga - moradores de rua embaixo das pontes?

A Cidade que nós estamos vendo, mas que não queremos ver, está todos os dias nas esquinas batendo nos vidros dos nossos carros, para que ali se dê, se alcance alguma coisa a esses cidadãos. O que fazer com esses cidadãos, Ver. João Antonio Dib? Nós, aqui, falamos muito, mas quem determina e faz a política social da Cidade é o Governo. E o Governo, o que está fazendo? Nós percebemos que, aqui, nesta tribuna, neste microfone, a maior parte das entidades que vêm pedir ajuda são as ONGs, que dizem que, no inverno, dão o sopão para essas pessoas, e que, durante o ano, eles procuram dar alimentação. Inclusive, muitas dessas ONGs, Ver. João Antonio Dib, são determinadas e transformadas em entidades públicas para receberem recursos públicos para poderem atender uma camada da população que o Poder Público não atende. Ver. João Antonio Dib, qual é a política social que o Governo Municipal deve fazer?

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, eu pergunto a V. Exª se isso apenas acontece agora ou se é esta história que o Presidente Lula diz: que a miséria no País já não mais existe? Quem sabe, ele tenha feito crescer a miséria?

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Ver. João Antonio Dib, ninguém vai acabar com a miséria do nosso País, até porque esses cidadãos estão excluídos da sociedade. Se V. Exª pedir para ele apresentar um documento, ele não tem; se V. Exª perguntar se ele vota, ele não vota; se V. Exª perguntar o passado dele, o passado dele é muito triste, deprimente, e muitos deles nem os pais os querem mais. O que o Governo Municipal está fazendo com relação a essas pessoas que estão abandonadas pela vida, abandonadas na Cidade e no mundo? Alguma coisa tem que ser feita. O Poder Público tem que criar um mecanismo de poder chegar a essas pessoas e dar amor ou carinho, ou dar a elas um direito de poder, ao menos, ter um local para se abrigar; ao menos, um local para ter assistência médica, e assim por diante. Se os cidadãos comuns, como nós ou outros cidadãos, forem pedir assistência num posto de saúde, há uma enorme dificuldade em conseguir o atendimento, mesmo com os nossos documentos e aquilo por que nós lutamos sempre, que é o direito de ir e vir. Mas esses cidadãos renegados, esquecidos pelo Poder Público, quando terão assistência? Jamais! Nessa visão política que os Governos Municipais têm em relação à política social, jamais esses cidadãos serão considerados seres humanos. Nós devemos protestar, nos indignar e dizer a eles para baterem não na porta do vidro do carro, mas na porta do Prefeito Municipal de Porto Alegre ou de todas as cidades deste País. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito ao nobre Ver. Carlos Todeschini, 2º Vice-Presidente, que assuma a presidência dos trabalhos, tendo em vista estar acontecendo uma reunião de toda a Diretoria da Casa e eu ter que participar da sua finalização.

 

(O Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Solicito ao Ver. Aldacir Oliboni que assuma a presidência dos trabalhos da presente Sessão para que eu possa fazer uma manifestação que já havia preparado.

 

(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nossa Líder Verª Margarete Moraes e meus colegas de Bancada, antes de falar sobre assunto de interesse municipal, quero fazer um registro: ontem, o Líder do DEM veio a esta tribuna e fez uma crítica ao sistema elétrico nacional. Faço questão, porque acho que essa é uma boa provocação, de vir aqui e contestar o que foi dito, porque, Ver. Guilherme, V. Exª que era da área da energia, o representante do DEM ontem falou que a energia elétrica tinha um custo de 18 reais o megawatt no passado e que hoje o custo é de 300 reais.

Em primeiro lugar, esses números são completamente equivocados. É bom que se diga que durante muito tempo, na ditadura militar, a energia elétrica tinha um valor muito abaixo do preço de custo, cerca de 30 dólares o megawatt, o que levou muitas empresas a sofrerem um sucateamento, porque elas subsidiaram o desenvolvimento do Brasil e tiveram um déficit de investimento, e esse foi um dos grandes argumentos para que Fernando Henrique Cardoso patrocinasse o desmonte e a privatização das empresas de energia. Hoje, nós temos no preço de mercado cerca de 130, 140, 160, 180 reais o megawatt, que é o preço de mercado, que é um preço sustentável e que é um preço que dá vigor e força e dá condições para os investimentos necessários no País. E por isso o sistema de geração de energia no país encontra-se fortalecido, revitalizado. Evidentemente que o País está crescendo numa velocidade extraordinária e demanda muito mais energia, e, por isso, só essa política de resgate do Poder Público, das empresas públicas, da energia como um investimento estratégico público faz com que a gente tenha um setor fortalecido e sob controle estatal.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Eu concedo o aparte a V. Exª, Ver. Guilherme Barbosa.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: Ver. Todeschini, eu sou Engenheiro do Quadro da CEEE, e, durante muitos anos, o ex-Ministro Delfim Netto achava que, se a tarifa da energia elétrica fosse reajustada, a inflação poderia voltar ao País. Com isso, ele manteve, durante muitos anos, o megawatt - exatamente como V. Exª está dizendo - com um valor de cerca de 30 dólares,...

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Tarifas negativas.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: ... enquanto o Banco o Mundial, por exemplo, tinha uma determinação de não financiar nenhuma empresa no mundo que não praticasse uma tarifa média de 100 dólares o megawatt. Então, isso significou que, durante aquele período, praticamente todas as empresas elétricas no Brasil quebraram. Portanto, essa foi uma política burra e que deixou o desenvolvimento do País travado. Agora, está num valor próximo exatamente daquilo que é preconizado internacionalmente. Obrigado.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pela contribuição. V. Exª só corrobora com o nosso pensamento, Ver. Guilherme. Isso faz parte duma visão de Estado, da gestão responsável e da gestão que tenha um futuro estratégico vigoroso e soberano, coisa que, tanto com a ditadura militar, bem como com as outras experiências, não aconteceu no Brasil. Houve só desmontes e privilégios para as elites, porque era verdadeira a transferência de renda dos de baixo para os de cima.

O segundo ponto que eu quero tratar, aqui, Ver. Oliboni, é que eu tive a informação - e venho aqui, de público, fazer uma cobrança ao Governo - de que na Região 7 do Partenon foi distribuído, pelos postos de saúde, um anticoncepcional com o prazo de validade vencido. Um enorme número de mulheres concebeu gravidez, e a Secretaria de Saúde está recolhendo esse medicamento, que se chama Depo-Provera. Recebi essa denúncia de uma professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, do curso de Enfermagem, e foi confirmada, ontem, pelas lideranças que militam no Conselho Distrital de Saúde - Ver. Oliboni, o senhor inclusive é da Região. Esse é um fato muito grave, porque foram comprados e distribuídos medicamentos sem a especificação e com validade vencida. Portanto, temos uma ação que precisa ser profundamente esclarecida, porque foi com dinheiro público, Ver. Adeli. Foi adquirido por licitação um medicamento que não era recomendado, pois não continha os elementos químicos na sua totalidade, preconizados pelos profissionais de Saúde, e, o pior: criminosamente fora do prazo de validade. Nós precisamos, enquanto Câmara, Verª Margarete, nossa Líder, olhar para esse assunto, porque não é pouca coisa. Há uma determinação, uma Portaria, um Ato Administrativo da Prefeitura mandando recolher esses medicamentos de todo o 7º Distrito de Saúde. Essa é uma situação grave que precisamos examinar, porque esse é o papel dos Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre. Obrigado pela atenção de todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

(O Ver. Carlos Todeschini reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srª Verª Margarete Moraes, Srs. Vereadores, se há alguma coisa que eu sempre exigi do servidor público é respeito; respeito aos munícipes, respeito às autoridades constituídas. E a Procuradoria-Geral do Município, a Associação dos Procuradores do Município emitiu uma nota em todos os jornais da Cidade, dizendo (Lê.): “Atendendo parte das reivindicações da Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre e servidores da Procuradoria-Geral do Município, a Procuradora-Geral apresentou, em outubro de 2007, o anteprojeto da Lei Orgânica da Advocacia Pública Municipal”. Diz adiante (Lê.): “Em 1° de novembro de 2007, ao receber o anteprojeto da Lei Orgânica da Advocacia Municipal das mãos da Procuradora-Geral do Município, o Chefe do Executivo comprometeu-se a enviá-lo à Câmara até o final daquele mês. Todavia, findou o ano de 2007 sem a remessa do anteprojeto à Câmara Municipal, descumprindo o Governo a promessa feita aos funcionários da PGM. Diante da omissão” – eu acho agressivo, mal-educado – “do Executivo Municipal, esta Associação e os servidores do Quadro da PGM iniciaram uma série de atos visando à defesa e ao impulsionamento do anteprojeto para a instituição da Lei Orgânica.” Acho de um desrespeito e de uma incompetência não-digna de servidores municipais!

Os Procuradores do Município estiveram aqui nesta Câmara para tentar provar para este Vereador que havia simetria entre a Presidência do Supremo Tribunal, a Presidência do Tribunal de Justiça do Estado e a Procuradoria-Geral do Município. Esses são os homens e mulheres que tentaram me provar, trouxeram até aposentados para, pela amizade e pelo respeito que a eles dedico, fazer com que eu mudasse de idéia, e que o Procurador-Geral não possa ser o Prefeito, na forma de uma alteração esquisita, estranha, ocorrida em Redação Final na Comissão de Justiça. Além do fato de reclamar, eles dizem (Lê.): “Destaca-se que a demanda judicial da PGM teve um incremento de 151% nos últimos quatro anos”. Eu queria saber também qual foi o incremento de Procuradores e Assessores Jurídicos na Prefeitura. Foi de nada mais, nada menos do que 116. Eu fui Prefeito, eu tinha 10% disso, e a Procuradoria funcionava. Agora, a incompetência dos Procuradores, que deveriam assessorar o Prefeito, e não levar ao Prefeito, está em desrespeito à Lei Orgânica do Município. A Procuradoria, no passado, já fez uma alteração de lei pela qual eles se beneficiaram, contrariando tudo o que está escrito na Lei Orgânica, em detrimento dos demais servidores da Prefeitura, que precisam de um Plano de Carreira, sem dúvida nenhuma. Diz o art. 31 da Lei Orgânica do Município (Lê.): “São direitos dos servidores do Município, além de outros previstos nesta Lei Orgânica, na Constituição Federal e nas leis: I – padrão referencial básico, vinculativo de todos os padrões de vencimento, nunca inferior ao salário mínimo fixado pela União para os trabalhadores urbanos e rurais”. Ora, esse padrão foi alterado quando a Procuradoria passou a perceber mais e os outros não acompanharam. Mas, mais grave do que isso, no que a Procuradoria mostra incompetência, falta de seriedade, falta de responsabilidade e falta de educação (Lê.): “Art. 34 – Fixada a isonomia de vencimentos,” que está lá no art. 31, inciso I, “será vedado conceder aumento ou reajuste de vencimentos ou realizar reclassificações que privilegiem categorias funcionais em preterição de outras, devendo as correções ou ajustes, sempre que necessários, em razão das condições da execução do trabalho, ser feitos quando da revisão geral do sistema”. Portanto, a Procuradoria deveria informar ao Prefeito que ele deveria fazer um plano geral de reclassificação de todos os servidores do Município, e não apenas dos Procuradores, que devem orientar juridicamente o Prefeito. Em vez de orientar juridicamente o Prefeito, tentaram, pela força que têm, usufruir de uma vantagem que a Lei Orgânica lhes impede. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em votação a Ata da Sessão de Instalação da 4ª Comissão Representativa e a Ata da 1ª Reunião Ordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Ver. Carlos Todeschini, Presidente dos trabalhos; Vereadoras, Vereadores e público que nos assiste, na sexta-feira passada, o mundo todo se emocionou vendo, na televisão, cenas ao vivo e a cores pela televisão venezuelana, assim como pela CNN, que trabalha lá, do resgate, da libertação de duas reféns colombianas: Clara Rojas e Consuelo González, nas florestas colombianas. Trata-se de duas reféns que ficaram entre seis e sete anos presas na selva, e nós, ouvindo-as, percebemos que são mulheres articuladas, inteligentes. A Clara era candidata à Vice-Presidenta da República, junto com Ingrid Bittencourt, também seqüestrada, e a Consuelo era Deputada. Então, foi um momento de muita emoção, mas nós temos que nos dar conta de que existem ainda 774 pessoas presas na Colômbia, sujeitas a condições desumanas de vida, com malária, hepatite e outras doenças que nós nem conhecemos, que são doenças da floresta.

E nós também tivemos a oportunidade de conhecer a mãe da Clara, que é a Srª Clara Rojas, que vivia no Interior da Colômbia e foi morar em Bogotá, foi para o apartamento da filha, que aprendeu a trabalhar no computador e passou a escrever cartas para o mundo todo. E um escritor, um intelectual que estava escrevendo um livro, ao receber uma de suas cartas, foi procurá-la e contou do nascimento do seu neto, e aí ela lançou a campanha “Salvem Emanuel”. Ela se locomove com problemas hoje.

Já a outra refém, a Consuelo, soube, por intermédio do rádio – e o rádio é o meio de comunicação imbatível, Ver. Guilherme, eu considero o melhor meio de comunicação do mundo -, que o seu marido tinha morrido de infarto, seis meses depois, e nem sabia que tinha uma neta.

Tenho certeza de que essa libertação foi um símbolo para o mundo todo de que existem... E não se trata de um mundo fantasioso; ou no Paquistão, naquela loucura que existe lá; ou o mundo surrealista da Indonésia, que tinha uma guerrilha comandada por dois adolescentes gêmeos: uma menina e um menino; ou no Paquistão, com toda essa insanidade de seqüestrarem um grupo de voluntários chineses, de jovens que foram trabalhar lá para prestar ajuda humanitária. Trata-se da Colômbia, aqui ao lado, aqui na América do Sul, e existem as FARC, há 40 anos, e a gente sabe que o método que o Governo da Colômbia usou contra a FARC, que seguiu a orientação dos Estados Unidos, não foi o melhor método, porque eles existem e, até hoje, têm 774 pessoas mantidas reféns.

Ontem, o Presidente Lula deu uma declaração muito importante, disse que o Governo do Brasil não aceita o seqüestro como uma forma de pressão política, de jeito nenhum; e foi muito firme o Presidente Lula. E acho que não é certo esse método que a Colômbia se utiliza - nem das FARC e nem do Governo. Mas essa libertação foi possível graças ao Presidente Hugo Chávez, sim, ao Presidente Uribe - que tinha que aceitar -, à Cruz Vermelha Internacional e a vários países vizinhos, como o Brasil, a Argentina. O Presidente da França se manifestou, na hora, colocando-se também à disposição para participar das próximas mediações.

Aqui quero mandar um abraço, muito sincero, ao Secretário Marco Aurélio Garcia, que foi impecável nessa condução, com uma postura sóbria, na condição de observador internacional, querendo salvar a vida dessas pessoas, porque é com isso que o Governo Brasileiro se preocupa.

Então devem entrar em negociação, com os ânimos calmos, dos dois lados, entre as FARC e o Governo da Colômbia, com todos os mediadores internacionais possíveis, porque ainda existem 774 reféns, e eles devem voltar à vida. Eu acho que isso é uma missão humanitária que deve envolver o mundo todo e tenho muita esperança de que isso aconteça.

Acabei de receber uma foto mostrando que há um carro dentro do Auditório Araújo Viana, Ver. Carlos Todeschini. Está fechado há três anos, sem manutenção, sem conservação, e agora é garagem de carros, o Auditório Araújo Viana. É esse o Governo Fogaça, que além de fechar, quer privatizar os espaços culturais da nossa Cidade. Obrigada, Ver. Carlos Todeschini, nosso Vice-Presidente, comandando esta Sessão.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, quero agradecer pelo registro do Ver. Adeli Sell ao trabalho do ex-Deputado Heron de Oliveira, que está fazendo o seu trabalho bem feito. Nós, do PDT, ficamos muito contentes com a indicação dele e do Carlos Lupi; e foi por unanimidade do nosso Partido que indicamos o Heron de Oliveira. Fiquei em dúvida, quando o Ver. Adeli terminou sua fala – eu também sou ligado à cooperativa –, pois ele disse que quer proibir as cooperativas de participarem das concorrências no nosso Município e no nosso Estado. Eu acho que nós não podemos julgar todas por causa de uma, duas ou três cooperativas, até acredito que a maioria das cooperativas seja complicada, mas, também não podemos tirar fora do mercado de trabalho algumas pessoas que prestam esse serviço em cooperativas decentes, como nós já estamos acostumados e conhecemos algumas.

Queria falar também no Ver. Sebastião Melo, que neste momento não está, quero dar-lhe os parabéns pelo ritmo de trabalho que ele está tentando imprimir a esta Casa, já nos primeiros dias em que está à frente da presidência da Casa. O Vereador também ontem não estava presente, estava com outro compromisso na manhã e quero dar os parabéns ao Ver. João Antonio Dib, que já era um ouvidor desta Casa, pelo menos da minha parte, pois sempre tenho pedido conselhos a ele e tenho me inspirado em suas idéias para decidir algumas coisas aqui na Casa, não é de hoje. Ver. João Antonio Dib, meus parabéns e um bom trabalho; tenho certeza de que será.

Queria também falar de algumas obras em que estamos trabalhando, de Emendas do Distrito Federal, Emendas do Deputado Federal Vieira da Cunha, e que ele tem contemplado a todos Vereadores da Bancada do PDT. De nossa parte, nós estamos tentando indicar, junto à Secretaria Municipal de Obras e Viação, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre para que conclua o trecho do Beco da Vitória, lá no Bairro Lageado, perto de Belém Novo. Por que o Beco da Vitória? No Beco da Vitória, Ver. João Antonio Dib, faltam 600 metros de pavimentação, há mais de 10 anos; e, por uma desapropriação, o outro Governo, o Governo do PT não conseguiu fazer; tentou, nós conseguimos fazer as estações, a comunidade parou, fechou a rua, diversas vezes, no outro Governo, mas nós não conseguimos. Agora estamos tentando fazer a licitação com o desvio daquela desapropriação que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre não conseguiu fazer. Então eu estou fazendo o relato aqui para dizer que junto com o Deputado Vieira da Cunha, com o Secretário Municipal de Obras e Viação e o Prefeito Municipal José Fogaça, estamos tentando viabilizar a obra do Beco da Vitória, que é muito importante para o escoamento daquele fluxo que há, via estrada Edgar Pires de Castro, quem vai para o bairro Lami, e quem vai para a Boa Vista, Belém Novo e arredores.

Também queria dizer que, lá em Belém Novo, a Rua José Olavo de Souza ficou incluída no PI de 2006, junto ao Orçamento Participativo, quando a comunidade se mobilizou tremendamente, fazendo o primeiro pedido na reunião do Orçamento Participativo. Agora, o Secretário-Vereador Maurício Dziedricki está tentando fazer o projeto, começando pelo anteprojeto, em Belém Novo. Será mais uma rua a ser pavimentada, no próximo ano.

Quero, também, saudar o Secretário Municipal do Esporte, João Bosco Vaz, que está trabalhando pela Escola Renascer da Esperança, e que, neste ano, se Deus quiser, vai levar mais de 2 mil crianças para desfilarem na avenida. No ano passado, foram mais de 1.800 crianças, e, neste ano, o Secretário João Bosco Vaz, com a sua assessoria, estará levando as crianças para a avenida, dando alegria àquelas crianças que jamais conheceram o carnaval em Porto Alegre, saindo 30 ônibus, de 30 comunidades, de toda a nossa Cidade, para que possamos levar mais de 2 mil crianças à avenida, abrindo o nosso carnaval em Porto Alegre. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, estamos em plena atividade, e eu considero este espaço que se tem durante o recesso, com a Reunião Representativa, muito importante. Por isso, faço questão de participar, sou titular, mas, na manhã de ontem, não compareci, porque estava na Rádio Bandeirantes, das 9h30m às 11 horas, num debate a respeito da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, junto com a Deputada Federal Maria do Rosário, o Reitor Callegaro e o representante Maurício Dossin.

Quero colocar aqui aos nossos Vereadores que a situação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul deveria ser analisada, não só pelos Deputados Estaduais, a quem compete a fiscalização, mas por todos os cidadãos rio-grandenses, porque nós vivemos um momento político em que ninguém vai à raiz da situação, das circunstâncias, Ver. Adeli Sell - V. Exª que presidiu a Comissão de Educação.

O que nós colocamos? Eu fiquei surpreendida com os dados que ali me deram. Vejam bem, pela nossa Constituição Estadual de 1989, o Estado deveria reservar 0,5% para o Ensino Superior, isso desde 1989. Em 1991, quando eu assumi a Secretaria, nada havia sido destinado em 1990, e nem havia sido colocado no Orçamento de 1991.

Nós consideramos que, vejam bem, é de responsabilidade do Município, Ver. João Antonio Dib, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Só depois de ter atendido toda essa demanda, o Município deve e pode investir no Ensino Médio. Nós encontramos, aqui, já de muitos anos, duas escolas de Ensino Médio, na época Ensino de 2º Grau, e os Governos que se sucederam não criaram mais escolas de Ensino Médio. Por quê? Porque não haviam atendido ainda a demanda do Ensino Fundamental depois da Educação Infantil. O Ensino Fundamental, em Porto Alegre, é simplesmente, vamos dizer, uma vergonha. Quando a gente participa dos encontros de Secretários de Capitais de todo o Brasil, olho e digo que não é possível, porque é uma situação diferenciada.

Na reunião em que a Governadora compareceu, aqui, nós solicitamos a ela que fizesse um grupo de estudo para que se tivesse uma avaliação real das responsabilidades do Estado e do Município. Agora nós sabemos, Ver. João Antonio Dib, que o prédio da Escola Emílio Meyer, que é propriedade do Município – onde o período da manhã e da tarde são cedidos ao Estado - está sendo retomada pelo Município, que quer criar uma escola de Ensino Médio.

Ao mesmo tempo, com relação à UERGS, vejam bem, nós colocamos, através do Procred, os 0,5% à disposição de bolsas para todo o Estado do Rio Grande do Sul, para adquirir bolsas nas entidades de nível superior, filantrópicas, naquelas áreas em que o Município tinha necessidade: Física, Química, Biologia, Matemática. Pasmem! No Governo Britto, por dois anos ele não deu os créditos e colocou que isso se devia a falta de prestação de contas. Dois anos depois, ele reabre, já com uma poupança que tinha feito, abrindo para todos os cursos, inclusive Pedagogia e Ciências Jurídicas - que tem até demais.

Agora, nós temos a criação de uma Universidade, no início pensada em oito campi, quer dizer que já tem uma infra-estrutura muito grande e, agora, já está em vinte e três. Acontece que aí que é o grande erro: não chega aos 5% do investimento, e o aluno sai a 3 mil reais por mês! Então, a infra-estrutura, os professores... Daria para pagar, em vez de uma bolsa da UERGS, bolsas para cinco alunos, no mínimo, nas instituições de ensino superiores, nas universidades filantrópicas. Então, se faz necessária uma avaliação.

Eu encerrei o debate, solicitando ao Reitor que nos fizesse chegar - e eu vou fazer um Pedido de Informações - o número de professores, o número de alunos, a estrutura física, o que é gasto com a estrutura-meio e quantos alunos são contemplados. Há dados que dizem que são três mil e não sei quantos alunos; e, ontem, o Reitor Callegaro nos disse que não chega a 1.200 alunos. Então, a situação é extremamente grave, porque nós vemos, Ver. João Antonio Dib, que cada um faz o seu marketing, que a política hoje é só com a finalidade de marketing e de aparecer, ninguém está preocupado com os problemas reais. E nós temos esta preocupação.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Sebastião Melo seria o próximo a falar neste período, mas está atendendo compromisso na presidência.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Bom-dia, Ver. Carlos Todeschini, que dirige a Sessão; colegas Vereadores, Vereadoras e demais pessoas que nos acompanham; a essa discussão trazida pela Verª Neuza Canabarro, temos que acrescentar um dado, um fato, um raciocínio: de que a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul foi criada não para ter cursos que já existiam - em entidades públicas ou privadas -, nem para trabalhar em regiões que já estivessem cobertas por outros estabelecimentos. A idéia da UERGS foi a de levar cursos que interessassem às várias regiões do Rio Grande do Sul sem fazer competição, mas para cobrir carências; tanto é assim que se verificavam as necessidades em cada região. Essa região trabalha mais com agricultura, portanto os cursos serão mais dirigidos à agricultura; no caso de Rio Grande, funciona em função do porto, então cursos sobre porto, e assim por diante, não para fazer competição. Portanto, fazer uma comparação direta de números é importante, sim; mas ela não globaliza a discussão necessária.

Quero também trazer ao debate aqui neste Plenário e a todos aqueles que nos escutam e vêem sobre um assunto que o jornal Zero Hora trouxe na terça-feira, há dois dias, dia 15 de janeiro, cujo título é “Elevada sofre ataques. Vandalismo e furto contrastam com ambientes da 3ª Perimetral”, referindo-se à elevada Jorge Alberto Mendes Ribeiro, Ver. Dib, mais conhecida como a Rótula da Perimetral com a Av. Carlos Gomes.

Diz aqui no começo da matéria: “Inaugurada em abril de 2003, depois de um investimento de quase 15 milhões de reais, uma das mais complexas obras da 3ª Perimetral sofre com pichações, furtos, depredações e mau cheiro.” Mais adiante, no primeiro trecho da matéria propriamente dita: “Se depender do cadeirante Ianny Moraes de Souza, 29 anos, usar a Estação Carlos Gomes-Protásio não será opção de agora em diante. No começo do mês, ao descer na parada, teve de depender da solidariedade de estranhos para seguir viagem para casa. Dois dos elevadores estavam depredados, impedindo seu acesso à parada que ficava no terceiro nível. Um deles teve seu painel arrancado. ‘Tive de pedir ajuda para um fiscal da empresa de ônibus, senão eu perderia a viagem. Tiveram de levar a cadeira de rodas lá para cima, depois de me carregarem’ - lembra Souza”.

Em fevereiro do ano passado, quando retornei à Câmara de Vereadores, dei uma percorrida nesses locais da 3ª Perimetral, mandei uma matéria à imprensa com fotografias mostrando o que, agora, o jornal Zero Hora traz. Infelizmente, nenhum veículo de comunicação deu bola para aquilo que eu estava alertando. As obras de arte da 3ª Perimetral, assim como as paradas de ônibus, já há muito tempo, estavam totalmente abandonadas. Isto aqui, nós já detectamos, não com esta gravidade que agora está sendo demonstrada, mas já detectamos que não havia vigilância, não havia cuidado sequer com os canteiros no Viaduto Jayme Caetano Braun, que é o Viaduto sobre a Av. Nilo Peçanha. Inclusive, vendedores ambulantes estavam lá colocados, sujando todo o espaço e assim por diante. Um investimento público alto, importante, está sendo, pouco a pouco, depredado por falta de cuidado, de vigilância, de manutenção da Administração Municipal, que deveria ser feita pela EPTC. Então, eu quero reforçar, chamar a atenção da Prefeitura, porque é um grande investimento da Cidade, não foi deste Vereador, que era o Secretário, não foi do Prefeito Tarso ou do Prefeito Verle, é um investimento da Cidade que está sendo, aos poucos, depredado. E eu fico com receio, porque, na campanha eleitoral de 2004, eu tomei um susto quando o Prefeito, na época o candidato Fogaça, disse que era um absurdo ter feito lá, na rótula, colocando elevador e escada rolante. Está aqui a resposta, Sr. Prefeito, um cadeirante precisa dos elevadores. Os idosos, os obesos, as crianças, precisam dos elevadores e da escada rolante. Eu espero que esse descuido não seja por causa dessa posição atrasada que o Prefeito, à época candidato, expressou. Espero que não seja isso, porque um grande patrimônio público, de importância para o trânsito da Cidade e para as pessoas está sendo perdido por falta de cuidado da atual Administração. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Solicito ao Ver. Aldacir Oliboni, 2º Secretário da Mesa, que assuma os trabalhos, no momento.

 

(O Ver. Aldacir Oliboni reassume a presidência.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu sempre defendi que o Tribunal de Contas não deveria ser um órgão político, e, sim, um órgão técnico. Acredito que quando o Tribunal está analisando as contas das diversas Prefeituras, ou dos Legislativos, essa análise deve ser feita levando em consideração os aspectos técnicos, e, é claro, deixando para os Tribunais normais ações que, porventura, possam ser impetradas por pessoas que se julgam injustiçadas pelo Tribunal. Mas há muito tempo que a gente vê que o Tribunal de Contas, Ver. João Dib, transformou-se mais num órgão político, do que num órgão técnico. Eu vejo, com grande alegria, hoje, que está saindo um dos bons integrantes do Tribunal de Contas, um homem que eu aprendi a admirar, juridicamente, com bons conhecimentos, que é o Sandro Pires; e estão disputando a vaga deixada por ele dois grandes técnicos, pessoas que realmente têm um conhecimento muito grande: o Cezar Miola, que já esteve aqui, inclusive, orientando esta Casa, em várias oportunidades; e também o Geraldo da Camino. Acho que, realmente, o Tribunal de Contas é um órgão que deve ser repensado, porque, afinal de contas, pode prestar um trabalho muito melhor do que ele vem prestando nesse trecho de história em que ele está instalado no nosso Estado.

Quero concordar com o que colocou o meu amigo, Ver. Adeli Sell, com relação às cooperativas. Eu acredito que o nosso Legislativo deveria ter normas que pudessem dificultar, pelo menos, a contratação de cooperativas. Quando nós vemos as cooperativas concorrendo de forma desigual com empresas que buscam prestar serviços ao setor público, e aqui na Câmara Municipal, a gente tem uma visão de que aquela cooperativa deveria servir para que muitos profissionais, muitos trabalhadores pudessem ser melhor recompensados. Porque afinal de contas quando se pensa numa cooperativa vem logo a idéia de que seus integrantes vão receber a distribuição dos lucros auferidos. Só que aqui no nosso País, infelizmente, a maioria das cooperativas trabalha de uma forma diferente. Eu tenho visto, e nós temos alguns exemplos na nossa Cidade, algumas cooperativas, principalmente de serviços, Ver. João Antonio Dib, enriquecerem as pessoas que as dirigem. As pessoas montam a cooperativa e praticamente exploram um conjunto grande de pessoas que vão lá para prestar serviços. Eles não pagam encargos sociais, contratam trabalhadores que muitas vezes teriam dificuldade para assumir um trabalho normal em uma empresa. Ao mesmo tempo, essas pessoas acabam sendo, de alguma forma, exploradas. Não é justo que a cooperativa, dentro do quadro atual, possa concorrer aos mesmos espaços que as empresas que fazem uma seleção mais apurada de trabalhadores para prestar um determinado serviço. Por isso, concordo com esse discurso feito pelo Ver. Adeli, contrário às cooperativas e clamando aqui para que a Direção da Casa não as contrate para prestar serviços dentro do nosso Legislativo. Eu apóio realmente iniciativas como essas.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Encerrado o período de Comunicações.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Oliboni, presidindo os trabalhos, quero agradecer à Líder da minha Bancada, Verª Margarete Moraes, pela cedência do tempo de Liderança do PT. Fiz questão de ser o primeiro a falar, porque quero ver se o Governo Municipal tem Liderança nesta Casa, ou se já fugiu da raia, ou, quem sabe, com a ida do Secretário Busatto para o Governo Yeda, este Governo já tenha terminado, como tenho ouvido alguns analistas falarem. Acho que vou-me somar a essa questão, pois, que Prefeitura é esta, Ver. João Dib?! A 3ª Perimetral completamente abandonada - meu colega Guilherme Barbosa foi brilhante na sua explanação, como sempre, apresentando dados claros, fotos, informações, e não um discurso pelo discurso, mas com comprovação. A 3ª Perimetral, que nós fizemos, está abandonada pelo Governo Fogaça.

Vejam a fraude que houve no Conselho Tutelar! O que fez a Prefeitura? O que fez a Secretaria responsável pela eleição? Lavou as mãos. Não fez absolutamente nada, deu margem ao nosso Judiciário fazer o que sempre faz: dar liminares. Ninguém vem aqui e critica o Judiciário. Eu realmente acho que, na questão dos subsídios - posso ter discordância com meus colegas Deputados -, o Judiciário ganha demais para fazer um monte de barbarismos, como os que têm sido feitos ultimamente no Rio Grande do Sul. Vou dizer: barbarismo! Porque dar liminar para falcatrua assumir Conselho Tutelar é quem não vive Porto Alegre, quem não vê TV, não lê jornal e se omite diante da gravidade da situação. Agora leio, no jornal de hoje, que uma menina de 14 anos da Restinga vai até a PAC, em Charqueadas, e dorme dentro do presídio! E aí eu leio as declarações dos Conselheiros Tutelares... Pelo amor de Deus! O que está acontecendo com Porto Alegre? A exploração sexual de meninas na Intercap não tem fim. Quantas reuniões mais nós vamos ter que propor? Quantas coisas mais nós teremos que fazer? O Prefeito disse que ia resolver o problema de meninos e meninas de rua! Cada vez mais eu vejo, na escadaria da Prefeitura, meninos e meninas cheirando loló, detonados na porta da Prefeitura, no Mercado Público, na Rodoviária de Porto Alegre. É uma tragédia a ausência do Município, a ausência do Estado, a ausência da Prefeitura, porque ali nós temos meninos de rua da Região Metropolitana, e os Governos não se conversam; o Município não fala com o Município vizinho! Este Governo está ausente em tudo. Por que o Prefeito não sobe a Rua da Ladeira? Será que é difícil subir aquele trechinho da Ladeira para falar com a Governadora para resolver o problema da Baltazar? O que é isso? Que Prefeitura é essa? As praças fedem, mas também só pode ser assim, porque o Secretário apenas freqüenta duas delas. É o Secretário do Ambiente do Parcão e da Encol, porque na Praça a Matriz não dá para caminhar - nem de manhã e nem no final da noite -, tal é o mau cheiro, porque as pessoas se dão o direito - e a ausência da FASC é brutal – de distribuir alimentos, que ficam jogados na frente do Palácio Piratini, na frente da Catedral. De que adianta nós fazermos e falarmos do turismo de Porto Alegre se nós detonamos o principal nicho turístico da Capital de Porto Alegre, que é a Praça da Matriz, com o seu monumento a Júlio de Castilhos, na frente do Palácio Piratini, da magnitude do Theatro São Pedro e de todos os monumentos daquela região? Não é diferente a Praça da Alfândega, que talvez seja pior, porque a fedentina é maior. Não é diferente a Praça Otávio Rocha, a Daltro Filho e Versa Starosta! Tudo é igual, as praças fedem em Porto Alegre! Este é o Governo do Secretário que descobriu o meio ambiente.

E a violência, que acabei de falar, está presente na Cidade. Fala-se que o Município faz integração com o Estado e vice-e-versa, mas isso é apenas discurso para os meios de comunicação.

Os retornos? Quando nós teremos retornos dos nossos Pedidos de Informações? E sobre isso, na minha Bancada, não tem uma pessoa, não tem um Vereador, que não tenha algumas dezenas de Pedidos de Informações e Pedidos de Providências que não são respondidos pela municipalidade. Afinal de contas, o Governo terminou? Parece que terminou, porque a Liderança do Governo também terminou no ano passado e não se apresentou nova Liderança da base do Governo. O Governo Fogaça acabou!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, amigos que nos acompanham aqui e lá na televisão; existe uma denúncia da imprensa, numa emissora de rádio, que saiu ontem, a respeito de gastos em xerox aqui na Câmara Municipal. Agora estamos à caça de tudo, não é Ver. Dib? É, e é bom que seja assim. Mas é bom que os meus amigos que trabalham na imprensa não globalizem o negócio. Por exemplo, a Câmara Municipal de Porto Alegre tem 36 Vereadores, e cada um gasta por dia 304 cópias, xerox, incluindo sábados, domingos e feriados. É um negócio meio gigantesco. Então vou fazer o meu levantamento total, porque, se eu estiver cometendo esse erro, pelo amor de Deus, eu mesmo virei aqui e direi que estou errado, porque 340 xerox/dia, Ver. Luiz Braz, multiplique aí por 30 dias – sabe fazer conta ainda, meu amigo, querido Ver. Luiz Braz? – vai para um total louco, quer dizer, 9 mil cópias por mês? Então eu só pediria aos meus amigos da imprensa para dizerem o nome do Vereador tal, o Deputado tal, o Senador tal, numa boa. O Ver. Fulano de Tal, a Vereadora, o Senador, o Deputado, e não jogar para cima. Nós estamos num ano eleitoral, portanto vai ser difícil chegar para o cidadão, Ver. Oliboni, e dizer: “Você poderia me dar um voto, para eu continuar Vereador em Porto Alegre e continuar lá em defesa da Cidade”. Numa boa, com a cara aberta, transparente. Fica difícil, porque nós tivemos um 2007 terrível, com a história do Renan, agora o Lobão assumiu hoje o Ministério de Minas e Energia, Ver. João Dib, ele não entende patavina nenhuma, nada, nada. E chegou dizendo: “Não tem perigo de apagão. “Eu garanto”. Quem é ele para dizer isso? Se não fosse a Dilma Rousseff, tem postos técnicos no Gabinete dele, nós estaríamos como está esse negócio aí da segurança aérea. Colocaram o Jobim, que não entende coisíssima nenhuma de segurança área, e fica por isso mesmo. Infelizmente, tudo do meu PMDB. Mas que coisa, não é? Quer dizer, do meu PMDB não; do PMDB deles lá. O nosso aqui é outro.

Eu tenho aqui um negócio de cartões, o Senador Expedito Júnior quer acabar com a farra dos cartões corporativos do Governo. (Lê.): “Desde 2005, o Tribunal de Contas vem investigando os cartões de crédito corporativos da Presidência da República e dos Ministérios Federais, chegando a números absurdos! Os valores pularam de 14 milhões de reais em 2004, para 33 milhões de reais em 2006, para os estratosféricos 75 milhões de reais em 2007!” O que espanta não são os valores! Não, não são! O que espanta é que essa farra de cartões de que são detentores os Ministros, os homens do Gabinete da Presidência da República, é que eles não se contentavam em sacar nos caixas eletrônicos espalhados pelo País em espécie, dinheiro vivo, grana, tutu, merreca, apenas 25%! Não, eles pularam para 75% nos cartões! Então, chega ali e tal! E alegam que onde eles iam fazer compra, que nem se sabe direito o que é que eles compram com esses cartões, o rapaz da venda ali não aceitava cartão de crédito. Mas quem não aceita? Até cachorro-quente e banca de jornais aceitam! Você chega ali e diz que quer pagar com cartão, por exemplo, o valor de 16 reais, e paga! Então os Ministros, seus altos funcionários e o Governo, 75 milhões de reais de gastos com cartões! No que é que eles gastam tanto com cartões? Olha, fica difícil nós começarmos uma temporada, como esta de 2008, vendo esse tipo de coisa; fica muito complicado! Porque daí ressoa, assim, na cabeça das pessoas, tem aí uma percentagem enorme daquele que vota, que, lamentavelmente, não tem cultura nenhuma, vai, chega na seção eleitoral para votar e não tem a mínima condição do voto! Esse é o nosso grupo, o corpo do eleitorado brasileiro!

E aí fica difícil de nós mudarmos! Vão continuar os Renan, vão continuar os Lobão, o Lula - que, para mim, já entrou no time. Tranqüilamente. O Lula senta, com a maior tranqüilidade, numa mesa onde esteja o Jader Barbalho, o Renan, o Quércia, com a maior cara-de-pau! Ele, que pregava a moralidade, aquela ética toda. Então, àquele senhor de camisa amarela ali, que está sentado ali, que está praticamente sempre aqui, atento àquilo que se fala aqui, pergunto: tem saída? Ah, não tem saída! Porque, se continuar do jeito que está, com essa aberração do Presidente da República para poder acertar acordo, colocar Edison Lobão nas Minas e Energia, que não entende bulhufas do que foi fazer, por favor, vamos entregar para quem entende! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; falo em nome do PDT, Partido Democrático Trabalhista, mas também em meu nome, conforme rodízio estabelecido pela nossa Bancada. Venho aqui, Ver. João Antonio Dib, para esclarecer algumas coisas, como o Ver. Adeli falou agora, parece que a nossa Cidade não existe – eu não tinha falado neste ano ainda -, que eu sou da cidade que existe, Ver. João Antonio Dib, e até da cidade que existe com os problemas que tem, que tem desde a sua época. Quando não teve mendigos nas sinaleiras? Quando não teve crianças morando nos bueiros? Eu, desde que me conheço por gente, infelizmente, nesta Cidade, vejo esse tipo de coisa. Ver. Haroldo de Souza, V. Exª que chegou aqui há tanto tempo, sabe que isso acontece em todos os Governos, que, sem exceção, fazem o possível e o impossível para terminar com isso. É difícil? É difícil! Os nossos recursos são poucos! Na FASC, Fundação de Assistência Social e Comunitária - não é a FARC colombiana -, a Brizabel, que eu sei, até por colegas do Partido dos Trabalhadores, é uma pessoa dedicada a essa parte das crianças, de cuidar, tem feito um excelente trabalho, mas não consegue terminar com os problemas que a nossa Cidade tem. Então é fácil, quando a gente é oposição, chegar aqui e criticar, criticar, criticar. Mas eu faço parte da cidade que existe. E queria dizer também que o nosso balneário Belém Novo-Lami está a pleno vapor. Ver. Haroldo de Souza, se V. Exª quiser, num domingo à tarde, fazer um passeio, nós estamos recebendo em Belém Novo-Lami, na base de 20, 30 mil pessoas no fim de semana. Pessoas que não têm como ir para o mar, ficam aqui labutando, se divertindo nas praias aqui do Lami e de Belém Novo. É claro que, em Ipanema, nós temos grande afluência, as pessoas que vão passear, graças a Deus tem o calçadão de Ipanema, que já foi feito há bastante tempo, nós deveríamos fazer mais. Tem um grupo na nossa comunidade de Belém Novo, na volta do morro, onde foi feita a desapropriação no Governo do PT, que tirou as casas da beira da praia e criou a vila Chapéu do Sol, o balneário ficou muito bom, e nós estamos tentando, um grupo de moradores de Belém Novo, fazer o calçadão da Praia do Veludo, que seria muito importante para o nosso pessoal e para os que nos visitam, principalmente nos finais de semana.

Também quero falar do Secretário Maurício Dziedricki, da SMOV, que está fazendo o recapeamento asfáltico, Ver. João Antonio Dib, e, ali na Av. Professor Oscar Pereira, que uso bastante, quando vou para Belém Novo, saio pela Estrada do Trabalhador, ficou excelente. Eu queria das os parabéns, mais uma vez, ao Secretário Maurício Dziedricki.

Quanto ao DMLU, Ver. Haroldo, a gente não ouve mais as reclamações do DMLU. Terminou? Graças a Deus! Quando o nosso Governo pegou, era um coisa; hoje mudou, com o Diretor-Geral Mário Moncks trabalhando com essa nova empresa, com esses novos contratos, que, num primeiro momento, foram criticados por outros Vereadores; nós tínhamos que mudar as empresas que estavam trabalhando na Cidade, empresas essas que já estavam trabalhando há muito tempo aqui em Porto Alegre. Agora mudou, nós não conhecemos, e acho que ninguém conhece essa empresa que veio, foi uma licitação feita pela Secretaria Municipal da Fazenda, pela Procuradoria-Geral do Município, juntamente com o DMLU, Ver. João Antonio Dib, coisa que não havia sido feita nesta Cidade - três órgãos para fazer as licitações do lixo. E, hoje, essa empresa, a Qualix, está fazendo um excelente trabalho; pelo menos, na Região Sul, nós não temos reclamações, o nosso DMLU também está trabalhando na beira da praia, cuidando da beira da praia de Belém e do Lami. Então, quero dar os parabéns ao nosso Secretário Mário Moncks, do DMLU.

Também quero fazer uma referência ao Secretário João Bosco Vaz, que está trazendo a escola Renascer da Esperança. Agora, quando eu falei, num primeiro momento, o Secretário me telefonou e me garantiu que eu poderia falar, Ver. Aldacir Oliboni, e V. Exª, que é amigo do Secretário, sabe o que o João Bosco Vaz faz para passar essa mensagem. Eu mesmo falei com uma assessora do Secretário, e não tive o prazer ainda de ver o ensaio, mas, só pelo ensaio, o Secretário me afirmou que tentará colocar na avenida três mil crianças desfilando, e todos nós, Vereadores, sabemos o quanto é importante isso para essas crianças das comunidades da nossa Porto Alegre, que são as crianças que o João Bosco Vaz traz para o carnaval de Porto Alegre e que darão início ao carnaval. Então, quero, mais uma vez, saudar o Secretário Municipal de Esportes, João Bosco Vaz.

Não sou muito do carnaval, mas também quero falar que as associações carnavalescas, antigamente, em outros Governos, tinham problemas de verba para os desfiles e coisa e tal. Neste Governo, no Governo Fogaça, nunca mais foi falado em falta de verbas, nunca mais foi falado que a Prefeitura não estaria dando isso, não estaria dando aquilo. As escolas estão preparadas, os carros alegóricos estão nas oficinas, o carnaval está pronto, e ninguém critica nada, ninguém fala mais nada, só porque tudo está funcionando a pleno vapor, em razão do trabalho da Secretaria da Cultura, realizado pelo Secretário Sergius Gonzaga. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, neste ano de 2008, nós deveremos analisar o Plano Diretor. E o Plano Diretor vem sem um plano viário de alterações necessárias ao desenvolvimento da Cidade. O Ver. Haroldo de Souza já criticou, muitas vezes, a necessidade de solucionar os problemas de alagamento de ruas, de pequenos túneis, e nada disso está previsto num plano viário, que não foi apresentado agora e nem no ano passado, quando também se reclamou no Plano Diretor de 1999.

O então Prefeito Loureiro da Silva, há mais de 60 anos, falava que tinha que ser feita a 1ª Perimetral, ou, melhor, as Perimetrais, dizendo (Lê.): “A função dessas Perimetrais é ligar os diferentes setores urbanos e as radiais entre si, complementando o sistema circulatório. Atualmente, não possuímos nenhuma ligação perimetral completa.” Ele ia mais longe, quando falava na 1ª Perimetral (Lê.):“A única solução [no caso da 1ª Perimetral] será a abertura de um túnel de ligação.” Esse túnel foi projetado na Rua da Conceição, entre as Avenidas Alberto Bins e Osvaldo Aranha. É o que foi feito lá. As Perimetrais - 1ª, 2ª e 3ª - foram abertas, em toda a sua extensão, na Administração Guilherme Socias Villela; não abertas à circulação, não nos seus gabaritos definitivos. O primeiro trecho da 3ª Perimetral teve início na Administração Villela e foi concluído no dia 31 de dezembro de 1983 - eu tive oportunidade de inaugurá-lo, eu era o Prefeito -, que foi o binário Edu Chaves/Souza Reis, Ceará/Pereira Franco. E lá está. Agora, a 3ª Perimetral, aberta em 1978, sendo o Secretário Jorge Engler e Prefeito Villela, quando fizeram a ligação da Rua Dr. Salvador França com a Av. Carlos Gomes, através da Av. Sen.Tarso Dutra. Mas a 3ª Perimetral tem que ser repensada. Em primeiro lugar, ela - já que é tão elogiada, e foi feita por Prefeitos e mais Prefeitos, mas foi pensada por todos os Prefeitos - não tem gabarito permanente, igual. Quando passa da Av. Bento Gonçalves e entra na Av. Aparício Borges, diminui o número de pistas - o que causa congestionamento. O corredor de ônibus colocado na posição em que está talvez deva ser repensado. Talvez deva ser retirado o corredor de ônibus, trazendo os ônibus para as laterais, porque eles não têm movimento maior, são muito pouco utilizados, dando melhor aproveitamento, especialmente, na Av. Carlos Gomes.

O Ver. Adeli Sell falou das dificuldades encontradas na manutenção daquele conjunto que leva o nome de Mendes Ribeiro e que tem elevadores e escadas rolantes; o Ver. Guilherme Barbosa leu um documento de um cadeirante que não pôde utilizá-lo, porque os elevadores estavam estragados, depredados e as rampas também. Isso nos leva a pensar que é necessário fazer uma grande campanha para que a população jovem tenha um pouco mais de amor a esta Cidade. A Cidade é de todos nós. Nós todos somos responsáveis por ela. E nós todos ajudamos a depredá-la quando não denunciamos a depredação, quando não chamamos a polícia, e o fato está acontecendo. A barbaridade que aconteceu, aconteceu não, vem acontecendo no Monumento a Bento Gonçalves: vão lá, pintam, limpam e tal; uma semana depois, lá estão os pichadores novamente. E a estátua, o monumento a José Loureiro da Silva, o maior Prefeito que esta Cidade já teve, quando o Prefeito Fogaça assumiu, eu mandei fotos, mostrando a necessidade de remover daquele local para a frente da Câmara, onde já há um lugar definido, aquele monumento daquele que foi o maior Prefeito. Foi prometido, já se passam 3 anos e 16 dias, e não saiu do lugar, o que é uma barbaridade! Foi pichado, foi depredado, o bronze foi retirado! Nós tínhamos que encontrar essas pessoas que compram bronze – estátuas de bronze, bustos de bronze, como o do Dr. Mário Totta: passei um dia ali na Santa Casa, achei bonito; no outro dia, passei, não estava mais! Então, é preciso que haja uma preocupação muito séria em buscar esses que compram, e compram fios de cobre também, deixando a Cidade sem luz. É preciso ter amor à Cidade, e todos nós devemos amar a Cidade, todos nós temos responsabilidade por ela. Não basta culpar o Prefeito, não basta culpar a polícia, todos nós temos responsabilidade! Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Aldacir Oliboni, nobre presidente dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores; como se falou em 3ª Perimetral, eu fiz questão de vir até aqui, porque eu moro praticamente num dos trajetos da 3ª Perimetral, no bairro Aparício Borges. Quando se projetou a 3ª Perimetral, foi porque naquele trecho da Rua Aparício Borges nós tínhamos congestionamentos que atrapalhavam muito a vida de toda a população que vinha da Zona Sul e a vida dos que moram naquela região da Zona Leste. Hoje, os corredores, pela forma como estão dispostos, não estão prestando um serviço àquela comunidade; estão prestando, sim, um desserviço. Principalmente no fim de semana, nas horas que não são de pico, os ônibus passam muito espaçadamente nos corredores, e nós vemos, às vezes, as vias completamente sem possibilidade de circulação, e os corredores vazios. Então, eu acredito que poderia ser feito um novo traçado para os corredores daquela região, principalmente na região da Rua Aparício Borges. Se nós pudéssemos fazer um simples traçado de um corredor junto ao meio-fio, nós estaríamos resolvendo, talvez, um problema grande, que seria aumentar o tamanho da via para a circulação dos automóveis e não trancando também a circulação dos ônibus. Acho que isso poderia perfeitamente se dar. Mas, infelizmente, os corredores estão lá, servem, muitas vezes, é claro, para que a gente possa desenvolver atividades atléticas - eu mesmo costumo caminhar pelos corredores -, porque, afinal de contas, o tráfego de ônibus é tão raro que podemos caminhar ali durante vários minutos sem sermos incomodados por qualquer tipo de ônibus. Então, acredito que, realmente, tem que ser repensados a 3ª Perimetral e os corredores naquela zona da Aparício Borges.

Eu ouvi o Ver. Guilherme falar sobre os elevadores colocados em dois trechos da 3ª Perimetral. Acho que realmente foi uma demasia do projeto; o projeto poderia ser desenvolvido com menos recursos, poderia ter sobrado dinheiro para fazer outras regiões da Cidade, aplicar em outras obras da Cidade, mas não precisavam aqueles elevadores, com toda certeza. E agora, o que se faz, Ver. Haroldo de Souza, com os elevadores? Tem que colocar um segurança na porta do elevador, porque senão ele vai ser depredado. Porque, afinal de contas, temos hoje uma sociedade, principalmente a nossa juventude, que, estando um tanto quanto desnorteada, acaba partindo, muitas vezes, para essas ações de vandalismo. Olha, não vamos corrigir isso apenas com discursos, isso vai se modificar com uma nova educação, com novas escolas, com uma nova orientação, com a família podendo formar a base da sociedade de uma forma melhor, porque as famílias, infelizmente, foram desestruturadas, especialmente com os movimentos políticos surgidos nos últimos tempos, o que acabou fazendo com que as famílias ficassem desestruturadas de maneira muito perigosa. Então, acredito que a colocação daqueles elevadores, nos pontos em que foram colocados, foi um convite para que os vândalos os destruíssem, os pichassem e colocassem realmente numa situação difícil, e principalmente as pessoas que precisam ocupar esses elevadores não vão poder ocupar nunca, porque vão sempre correr o risco de serem assaltados nas regiões mais baixas daquela Perimetral. Então, com toda a certeza, acho que, tanto esta Administração como as futuras administrações, precisam pensar um pouco mais quando fizerem obras, tentando fazer obras mais econômicas e não obras tão suntuosas para uma população pobre e desajustada como a nossa.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Com a manifestação do nobre Ver. Luiz Braz, concluímos o período de Liderança.

Registro a presença dos Vereadores Adeli Sell, Margarete Moraes, João Antonio Dib, Neuza Canabarro, Haroldo de Souza e Luiz Braz, verificamos que não há quórum para ingressar na Ordem do Dia. Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

(Encerra-se a Reunião às 11h.)

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